31.8.05

Como vai o open source?

Quem me conhece sabe que tenho um carinho especial por Linux e o universo open source. No entanto confesso que estou um bocado desiludido pelo facto de ter sido prometida muita coisa à volta deste sistema, e os passos têm sido dados a um ritmo demasiado lento. Mas os progressos vão sendo feitos, principalmente com o aparecimento de algumas empresas a seguirem uma filosofia POSS (Professional Open Source Software). Tomando por exemplo MySQL, JBOSS, etc.
Também já fui mais radical, mas talvez se tenha devido ao facto de desconhecer as soluções proprietárias. Há áreas onde a Microsoft está a fazer um excelente trabalho, e os progressos impulsionados por esta empresa são de louvar (i.e. Business Intelligence).

Gostaria de salientar que os países onde a tecnologia tem tido mais sucesso encontram-se no hemisfério sul, os denominados países em vias de desenvolvimento. Portugal tem ainda muito que evoluir nesta matéria, e penso que o facto de ser prática comum a aquisição de software proprietário a custo zero através de práticas ilegais (P2P) prejudica a adopção de plataformas alternativas. Quem é que está disposto a fazer a migração de uma suite de Office numa PME, se é possível obter a custo zero a solução da Microsoft com riscos praticamente nulos? E qual a probabilidade de captar recursos para desenvolver em Unix/Linux se a maior parte dos técnicos sempre teve em casa versões proprietárias pelas quais não pagou? Ou se pagou este preço já vinha incluído no seu desktop, uma vez que os grandes fabricantes não têm por política a distribuição de raiz de software gratuito que iria baixar o preço do produto final.

Depois podemos também levantar a questão do tempo que leva a desenvolver aplicações para cada uma destas plataformas. Acredito que o Time to Market de uma solução .Net seja inferior a outra baseada em Java, que pode ser desenvolvida por inteiro recorrendo a tecnologias gratuitas (e que corre em qualquer sistema). No entanto o que interessa ponderar na maioria dos projectos é o retorno do investimento (ROI). Será que pelo facto de eu introduzir no mercado algumas semanas antes um produto cujo investimento foi muito superior terá um maior retorno? Nalgumas situações sim, noutras não. Além disso posso sempre cortar os valores das licenças e meter mais um programador no projecto. Desta forma o investimento fica retido no nosso país, o que é mais saudável para a economia nacional. Mas mais uma vez, na maioria dos casos temos a PME a comprar uma licença e a disponibilizar o software para N programadores. Desta forma não há ROI que aguente!

E temos ainda o problema do suporte. Mas este começa a ser cada vez mais um mal menor. A maioria das alternativas no mercado tem geralmente esta opção (paga). Agora será que compensa? Ora vejamos, se tiver uma licença de SIEBEL para um ambiente de desenvolvimento, outra para o de testes e mais uma para produção, e ao fim disso tudo desembolsar um determinado valor para obter suporte do fornecedor chego (claramente) a um valor exorbitante. Por outro lado posso sempre fazer o download (gratuito) do SugarCRM, fazer a instalação nos três ambientes e pagar (apenas) pelo suporte. Infelizmente não é fácil arranjar técnicos no mercado para SugerCRM, mas para SIEBEL também não! Além disso se subirmos a fasquia para bom/muito bom ficamos reduzidos a meia dúzia.


Para finalizar, e foi isto que me despertou o interesse por colocar aqui este pensamento, aconselho a leitura deste artigo de opinião. Aqui são apresentadas 5 razões para não se utilizar Linux. Não deixa de ter alguma piada.



Um abraço,
  Gama Franco

2 comentários:

Joana disse...

Desculpa, mas não concordo... Não estaria o teu tempo a ser mais rentabilizado se estivesses a comprar as EP's e pronto?!
Just kidding, a verdade é que não passei do terceiro parágrafo. Uma vergonha eu sei, mas foi mais do que o normal. ;)
Café hoje à noite? Traz a rapariga. :)

Anónimo disse...

Em relação ao Open Source o que me apraz dizer é que, não sendo um radical, me fascina cada vez mais. Ainda ontem tive uma experiência muito boa com duas ferramentas: GraphViz e JFreeChart. As vantagens: 1º: são excelentes e fazem exactamente aquilo que quero; 2º: são à borla; 3º: só tenho de procurar pelo nome, descarregar e instalar, ao contrário de uma proprietária (em que não ia comprar a licença...) que teria de procurar num programa P2P qualquer, esperar 2 dias enquanto descarrega, procurar o patch, serial, crack, ..., tentar a minha sorte e repetir tudo novamente quando sair a nova versão....
Resumindo: Ou a pirataria de software evolui ou então vou mesmo para o Open Source :)

Vai um Komunix?