16.4.06

Greve nos museus de Portugal.

Ao que parece os museus estiveram fechados Sexta-feira Santa e Domingo de Páscoa.

Ao que parece os 'senhores' que trabalham nos museus fizeram greve porque querem passar os feriados com a família.

Ao que parece fizeram greve, apesar de o governo pagar estes dias a 200%.

Ao que parece este ano não vai haver prendinhas no sapatinho. O Pai Natal vai passar a consoada com a esposa e os filhos.

Abraços,
Gama Franco

8 comentários:

Anónimo disse...

Olhe lá! o amigo por acaso está a Criticar a classe operaria?
Está por acaso a criticar uma greve? não se meta nisso, deixe os homens à sua luta, não vá um dia ter a sua e vir de lá um sapo qualquer mandar boquinhas.
Quer ver museus logo na sexta feira santa?!? tem alguns 350 dias por ano de museus abertos...caso tenha entendido mal, as minhas sinceras desculpas.

C.

Tiago Franco disse...

"O necessário deleita, o desnecessário atormenta."

É claro que a greve é um mecanismo que deve ser utilizado quando necessário. Mas, a meu ver, é preciso ter tento.

Neste caso particular é sabido que durante a semana os museus são maioritariamente visitados por escolas. Quem tem interesse pedagógico encontra sempre altura, mas o mesmo não se passa na maioria das pessoas que trabalham durante a semana.

Além de que o dia de encerramento dos museus é à segunda-feira, tal como os talhos, alguns restaurantes, entre outros.
Agora imagine-se, se um talhante (não menosprezando) sendo pago a 200% num dia feriado, tal como manda o código do trabalho, decidisse fazer greve porque queria passar o dia com a família? Teria razão?

De qualquer forma, e respeitando a sua opinião divergente (é bem vinda), agradeço o tempo que dedicou :)

Abraços,
Gama Franco

Anónimo disse...

Um talhante claro que não teria razão, uma greve "não se faz" à unidade...mas não percebi onde querias chegar a meter o coitado do talhante sem direito a estar com a familia...

Cumprimentos,
C.

Tiago Franco disse...

Olá,

Tem toda a razão, a greve não se faz à unidade. Talvez não tenha sido um bom exemplo, mas foi o que me ocorreu na altura.

De qualquer forma, o que eu queria dizer é o seguinte. Todas as profissões têm restrições, e quem não as aceita pode sempre trocar de emprego. Por exemplo, no caso dos museus, trata-se de um estabelecimento que dada a sua natureza cultural deverá estar aberto quando a maioria das pessoas pode gozar os seus momentos de lazer. Para que isso aconteça, o código do trabalho prevê que a privação de não se gozar um feriado seja compensada com o dobro da remuneração prevista num dia normal. Estas são as regras, e critico a greve porque concordo com elas.

Todos os empregos que tive, sem excepção, implicavam determinadas privações, com compensações remuneratórias associadas. Até hoje, se tiver um prazo para cumprir e isso implicar trabalhar pela noite dentro, tenho que o fazer. É esse o meu papel, é para isso que me pagam. É isso que esperam de mim, e foi com isso que me comprometi quando assinei contrato. Se não desejar trabalhar até mais tarde quando é necessário, mesmo sabendo que esse sacrifício será compensado monetariamente como está previsto no código de trabalho, só me resta mudar de profissão. Sou livre de o fazer, é esse o meu direito.

Com isto concluo que, não sou contra as greves. Estive de acordo com algumas, e já participei em manifestações. Acontece que, segundo os valores em que acredito, às vezes convocam-se greves sem a razão estar do lado do proletariado. Isto só serve para enfraquecer o poder que este mecanismo tem. Faz-me lembrar a história de "O Pedro e o Lobo". Neste caso, a meu ver, o Lobo não chegou a aparecer.

Mais uma vez obrigado pelo seu comentário :D

Abraços,
Gama Franco

Anónimo disse...

Roger, percebi o ponto de vista, concordo.

Abraços,
C.

Li disse...

Há quatro anos que os museus estão fechados na époda da páscoa, sempre com o mesmo motivo...há quatro anos que bato com o nariz na porta..

El Secondino disse...

Neste caso, também não estou de acordo com a greve dos Museus pelo fundamento que foi apresentado.

No entanto:

1- Não podes considerar a hipótese de escolha de profissão para uma pessoa que já teve sorte em arranjar uma. Não é comparável à nossa situação.

2-Não sei quanto ganham, mas pode acontecer que 200% do ordenado de um dia deles não compense o transtorno familiar causado.

3-Não é suposto as pessoas trabalharem mais do que o que devem trabalhar. O facto de uma pessoa aceitar ficar sem inúmeros fins-de semana e de aceitar trabalhar até às 20.00 da noite todos os dias porque lhe pediram (e pagaram) poderá fazer que no futuro (ou presente?) as outras pessoas sejam 'obrigadas' a fazê-lo com o prejuizo de serem vistas como "menos trabalhadoras".

PS: Conhecias esta minha vertente de esaquerda? :)

Um abraço

Tiago Franco disse...

Conhecia, mas já não me lembrava dela :p

Estou demasiado cansado para aprofundar, mas acho que ainda tenho forças para pegar no ponto 3.

O que acontece, principalmente no nosso caso (informática) é que o pessoal trabalha mais de 8 horas, mas não costuma ser remunerado por isso. Nesse caso é verdade que pode vir a minorar os colegas que cumpram apenas o horário normal. Agora, se a empresa pagar as horas como compete, vai acabar por descobrir que é mais vantajoso (leia-se barato) meter um recurso adicional.
Neste ponto os colegas que apenas fazem 8 horas não ficam prejudicados, se o código for cumprido... o que é raro.

Abraços,
Gama Franco